terça-feira, 2 de novembro de 2010

Imprensa Oficial e Mostra de Cinema lançam "Os Filmes da Minha Vida 2"

Organizado por Leon Cakoff, “Cinema de Seduções - Os Filmes da Minha Vida 2”, editado em conjunto pela Imprensa Oficial e Mostra de Cinema, dá sequência ao volume lançado no ano passado e traz depoimentos de Luiz Carlos Merten, Ugo Giorgetti, Serginho Groisman, Suzana Amaral e Gilberto Dimenstein, entre outros. Lançamento acontece no dia 3 de novembro, às 19 horas, na Central da Mostra, no Conjunto Nacional, São Paulo


Serginho Groisman, Sergio Machado, Luiz Carlos Merten, Eliane Caffé, Suzana Amaral, Ugo Giorgetti, Marcelo Gomes, Isay Weinfeld e Gilberto Dimenstein. Pelo segundo ano consecutivo a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e a Mostra Internacional de Cinema reúnem um time de cinéfilos fanáticos e lançam “Cinema de Seduções - Os Filmes da Minha Vida 2”, livro com depoimentos de personalidades brasileiras ligadas à Sétima Arte sobre seus filmes inesquecíveis. O volume será lançado na próxima quarta-feira, 3 de novembro, a partir das 19 horas na Central da Mostra, no Conjunto Nacional – Av. Paulista, 2.073.
Para o cineasta Ugo Giorgetti, os filmes da sua vida estão ligados à sua própria biografia. “No fundo você busca a si mesmo no filme; o que o filme fala - não dele - mas de você”. Entre os longas-metragens que o diretor elege está o western “O Matador” (The Gunfighter, 1950), de Henry King. “Vi este filme com Gregory Peck e saí do cinema encantado. Ele ficou muito tempo na minha cabeça como um dos maiores filmes que eu tinha visto na vida".
O cineasta e arquiteto paulistano Isay Weinfeld atribui ao seu professor de português no colégio Rio Branco de São Paulo o seu despertar para o cinema. “Ele era fanático. Parava a aula e levava a classe inteira para um auditório para assistir a alguma coisa que ele achava relevante. Foi assim que vi ‘Morangos Silvestres’ (Smultronstället, 1957), do Bergman, pela primeira vez, um filme que mudou a minha vida”, conta.
O crítico Luiz Carlos Merten também participa deste volume e lembra que, caso tivesse que eleger um único filme da sua vida, optaria por “Rocco e seus Irmãos” (Rocco i suoi Fratelli, 1960), de Luchino Viscondi. “Quando vi ‘Rocco’ pela primeira vez, eu não tinha capacidade para absorver tudo o que o filme queria dizer. Era muito jovem, tinha 12 anos. Depois disso sempre revi a película. Hoje, sou um cara de 64 anos, e o ‘Rocco’ foi crescendo comigo e eu o tive sempre como uma referência de um tipo de cinema politizado, humanista, que sempre foi o que me fascinou”, justifica.
Foi ainda mais novo que o apresentador Serginho Groisman teve seu primeiro contato com a telona. “Tão logo meus pais reconheceram a possibilidade de eu ser um espectador, começaram a me levar ao cinema e a gente acabou criando um cotidiano sistemático de ir sempre aos domingos”, recorda. Começou com os filmes infantis e desenhos animados no Cine Metro que existia na Avenida São João no Centro de São Paulo. Desta época, Serginho lembra-se de um filme chamado “Trapézio” (Trapeze, 1951, de Carol Reed). “Era um filme sobre circo, com Tony Curtis e eu me apaixonei pela protagonista interpretada por Gina Lollobrigida. O cinema ficava a duas ou três quadras de casa, eu voltei falando para minha mãe que estava apaixonado. A primeira paixão da minha vida foi uma atriz de cinema”, confessa.
O roteirista e diretor Sérgio Machado destaca o filme “Rastros de Ódio” (The Searchers, John Ford, 1956) e lembra a primeira vez que lhe perguntaram sobre o filme de sua vida. “Foi no Festival de Cannes, quando lancei o ‘Cidade Baixa’ (2005). Um colunista inglês do jornal The Telegraph me fez a pergunta: ‘se você tivesse que salvar um filme só da história do cinema, qual você salvaria?’. Para esse cara lá em Cannes, eu escolhi ‘Rastros de Òdio’, um filme pelo qual eu sou absolutamente apaixonado, mas poderia ter escolhido ‘Os Sete Samurais’ (Akira Kurosawa, 1954) ou ‘Encouraçado Potemkin’ (Sergei Eisenstein, 1925)”, observa.
Encerrando o volume, o jornalista Gilberto Dimenstein fala da importância de “Iracema – uma Transa Amazônica” (1976), de Jorge Bodansky. O filme conta a história de um caminhoneiro que leva uma nativa em seu caminhão, uma índia prostituída. “Quando ainda estudava na PUC, vi este filme. Nunca mais me esqueci das imagens do caminhoneiro com a menina. Só que eu não sabia que essas imagens iriam produzir, muito tempo depois, uma das minhas mais importantes reportagens. Durante o ano de 1991 investiguei a prostituição infantil no Brasil, descobrindo meninas mantidas como escravas”, relata.

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