Alceu Valença
confirma show VIVO! no Psicodália 2013 – Especial de Ano Novo
Um dos mais versáteis artistas do
país, Alceu Valença é outro grande nome
confirmado para o Psicodália 2013 - Especial de Ano Novo. O festival,
que acontece de 28 de dezembro de 2012 a 02 de janeiro de 2013, em Rio
Negrinho, Santa Catarina, tem o show VIVO! programado para a noite do dia 29,
segundo dia desse festival multicultural que chega à sua 16ª edição. Nele serão
tocadas as músicas do álbum de mesmo nome, de 1976, além de canções mais
contemporâneas da carreira de Alceu. Não estão descartadas, por exemplo,
apresentações de sucessos como (Morena) Tropicana.
Ao saber de alguns nomes que já
passaram pelo Psicodália, como Tom Zé, Mutantes, Casa Das Máquinas, O Terço e
Paulinho Boca, Alceu revelou sua expectativa: “Bem, só pelo que você está me
dizendo, eu já estou sabendo que o festival é legal”. “Eu já estou sentindo
exatamente onde é que eu vou pisar. Inclusive, estou imaginando qual é o tipo
de espectadores, o tipo de pessoas que vão estar na plateia. Já sinto qual será
a energia”, diz Alceu. E completa: “Nós vivemos, pelo menos na minha cabeça, em
três tempos: no presente, no passado e no futuro, tudo ao mesmo tempo. Eu vivo
no passado pelo fato de eu ser um produto do meu passado. Mas esse produto
Alceu Valença, hoje, é presente, porque nós estamos aqui. E esse produto Alceu
Valença, esse ser humano, ele já está lá à frente, ele já está no festival que
vai acontecer em Rio Negrinho, Santa Catarina.”.
Interessados em participar do evento
devem ficar atentos para a data de venda dos ingressos. O terceiro lote, com
mil ingressos, será aberto no dia 08 de novembro, às 11h. E ao término deste,
será liberado automaticamente o quarto e último lote, com mais novecentos
ingressos. Com isso, a organização terá preenchido o total de quatro mil
ingressos prometidos para essa edição. Também, cadastrar-se antecipadamente no
site (www.psicodalia.mus.br)
mostra-se como uma opção importante para evitar impasses na hora da compra e
tentar garantir uma das entradas, haja vista que os primeiros lotes
esgotaram-se quase que instantaneamente, com picos de acesso ao site que
chegaram aos duzentos por segundo.
VIVO!
O álbum VIVO! foi o quarto da
carreira do pernambucano Alceu Valença, que o enxerga como o que o consagrou
como artista. Ele é fruto do aclamado show “Vou danado pra Catende”, realizado
no Teatro Tereza Rachel, Rio de Janeiro, em 1976, e indispensável para quem tem
como referência de Alceu músicas como Tropicana, Manga Rosa ou Como Dois
Animais.
Suas
letras, cheias
de metáforas contra a ditadura, trazem a grandeza
temática dos tradicionais violeiros nordestinos com suas visões míticas e
alertas apocalípticos, como em Punhal de Prata: "Mas eu não quero viver
cruzando os braços / Nem ser cristo na tela de um cinema / Nem ser
pasto de feras numa arena / Nesse circo eu prefiro ser palhaço / Eu
só quero uma cama pro cansaço / Não me causa temor o pesadelo / Tenho
mapas e rotas e novelos / Para sair de profundos labirintos / Sou de
ferro, de aço de granito / Grito aflito na rua do sossego".
Outras
músicas do álbum são Casamento
da Raposa Com o Rouxinol; Descida Da Ladeira; Edipiana Nº 1/Emboladas; Você
Pensa; Pontos Cardeais; Papagaio do Futuro/Emboladas; e Sol e Chuva. Alguns dizem que muito da performance do show que gerou
o disco era inspirada no vocalista e grande flautista, Ian Anderson, do Jethro
Tull, caso que também ocorria com Alceu Valença, que era acompanhado pelo Zé da
Flauta, músico excepcional que fazia parte daquela formação e que também estará
presente na apresentação do Psicodália.
Elogiado por sua gravação, os
méritos, segundo Alceu, seriam do engenheiro de som chamado Celinho, e da
produção do maestro Guto Graça Mello. “As condições eram mínimas porque era
preciso colocar dois microfones: um virado para a plateia e outro virado para
os músicos. Então, para haver a gravação, foi amarrado um microfone no outro.
Mas a sensibilidade desses dois foi tão grande que o disco é muito bem gravado.
Ele tem uma energia, tem uma coisa maravilhosa.”
A ideia de voltar a tocar o álbum
surgiu quando Alceu participou de um projeto do SESC em São Paulo, que remonta
shows antigos de muito sucesso. Ao repeti-lo no Studio SP, Alceu ficou surpreso
que na plateia havia vários garotos de barba comprida e meninas com vestidos
típicos dos anos 70. Na ocasião, três mil pessoas não conseguiram entrar. Então
ao sair, o povo dava vivas. Isso repercutiu muito, principalmente nos que
descobriram o disco VIVO!, mas também nas pessoas que ouviram falar desse show,
e nas que assistiram a ele.
Alceu
Valença
Com mais de cinco milhões de discos de vendidos ao longo de três décadas de
carreira, Alceu Valença é um artista polivalente. O VIVO! é apenas um
dos cinco perfis diferentes de shows que ele terá apresentado ao longo de 2012:
outros são o de Carnaval em Recife, forró no São João, urbano-metropolitano
(sucessos de diferentes ritmos) e um erudito, acompanhado da Orquestra de Ouro
Preto.
Bacharel em Direito com experiência
em alguns dos principais veículos de comunicação do país, sua multiplicidade
musical vem da infância no interior do sertão pernambucano, através dos
cantadores de feira da sua cidade natal, do avô que era poeta e violeiro, da
juventude urbana em Recife, e da experiência de quem conheceu os EUA e o rock
da era de Woodstock.
Durante edição do Cool Jazz
Festival, no Carnegie Hall, Estados Unidos, um jornalista do The NY Times viu
seu show e falou que as músicas do disco VIVO! eram um rock que não é rock.
“Ele entendeu dessa maneira porque não tinha nenhuma referência sobre minhas
influências, como o baião, as toadas, os vaqueiros, tudo misturado com o blues
e o rock”.
Sobre o processo criativo, ele diz
não ser ‘um camarada’ que vive ouvindo músicas. “Eu ouço muito pouca música.
Uma vez encontrei o Hermeto Pascoal, e perguntei: Hermeto, o que é que você
ouve? Ele disse: nada. E eu lhe disse: Por quê? Ele disse: pra não me
influenciar. Daí em diante eu achei que eu estando dentro dessa minha
profissão, ou dentro desse setor da música, eu ‘num’ precisava ouvir muita
gente não, para não me influenciar, e virar aquele cara, um subproduto daquilo.
Pra mim, o artista é um ser individualista. A não ser quando ele trabalha num
grupo. Mas a criação, o processo, é quase individual. Individualista no sentido
bom”, conclui.
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