quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Com a Bossa Nova como referência, Diana Krall Mostra Quiet Nights em Brasília e no Rio

Depois de dois shows em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro recebem a grande artista do jazz contemporâneo, com o álbum que ela diz “sussurrar ao ouvido”.


A turnê “Quiet Nights” contempla 13 países, entre eles o Brasil, agora em setembro. Brasília, dia 18, no Teatro Oi Brasília, e Rio de Janeiro, dia 20, no Teatro Oi Casa Grande, são as cidades que vão conferir o charme, sofisticação e boa música de Diana Krall, que representa com propriedade a responsabilidade de ser um dos nomes mais importantes do jazz contemporâneo.

Com patrocínio da Redecard, co-patrocínio Oi e apoio da Oi Futuro e Iguatemi Empresa de Shopping Centers, Quiet Nights reproduz as menções diretas do carinho e admiração da artista canadense pela música brasileira e o Brasil.

Boa parte das músicas pode conduzir a um cenário romântico – um jantar à luz de velas, um passeio na praia ao luar. Quiet Nights, décimo segundo álbum de Diana Krall, no entanto, não tem esta finalidade. Utilizando o Brasil como ponto de referência musical, o novo trabalho da premiada pianista e cantora sugere uma noite em casa.

“Não é tímido. Não é superficial ou imaturo. Sinto que este álbum é muito feminino – como se você estivesse deitado na cama ao lado do seu amor sussurrando em seu ouvido”, explica.

Ela não está brincando. Seja na revitalizada versão de “Where or When” até a totalmente tocante versão de “You’re My Thrill”, as dez canções de Quiet Nights trazem uma desconcertante intimidade. Até mesmo aqueles que já estão familiarizados com os vocais quentes e a cadência rítmica das músicas de Diana Krall – e atualmente são milhões de pessoas – serão tomados de surpresa pelo quanto a música leva, abertamente, a um clima de doce entrega. “É um álbum sensual, francamente erótico e foi feito para ser assim”, resume a artista.

Krall é a primeira a creditar ao time musical que ela reuniu – seu leal quarteto, o grande produtor Tommy LiPuma, o engenheiro de som Al Schmitt e também o lendário arranjador Claus Ogerman – por grande parte do poder sedutor de Quiet Nights. Mas existe um profundo e palpável senso de maturidade que ela trouxe para a gravação também. “A maioria do que canto e toco no álbum é realmente o primeiro ou segundo take. ‘You’re my thrill’ foi um segundo take – ‘Too Marvelous’, foi de primeira.”

“Ela está completamente madura”, diz Tommy LiPuma, que a conhece muito bem, tendo trabalhado pela primeira vez com Krall em 1994. “Mesmo nos últimos anos, ela tem abordado seu fraseado vocal muito mais como uma instrumentista do que como uma cantora. Na sua leitura das letras e no timbre de sua voz, está muito mais sentimental, como Peggy Lee em sua época madura.”


Da mesma forma, o foco brasileiro no novo disco não poderia ser mais natural. “Há muito tempo que ela tem uma grande simpatia pela música brasileira”, apontou LiPuma. “Quando fizemos “The Look of Love’, estávamos muito atraídos pela Bossa Nova. Quiet Nights é uma verdadeira homenagem a esta música. Diana canta três clássicos brasileiros, transforma ritmicamente quatro standards em Bossa Nova, e três baladas. Portanto, das dez canções do álbum, sete são Bossa Nova.”

Faz sentido que Quiet Nights (também é o nome em inglês do clássico da Bossa Nova “Corcovado”, faixa-título do CD) tire muito de seu espírito musical da terra que põe o “carnal” na sua celebração anual do Carnaval. “Eu fui inspirada a fazer essa gravação por causa da minha viagem ao Brasil no ano passado”, explica a artista, que retornou ao Rio de Janeiro para filmar o concerto para lançamento de um novo DVD. “Aí continuei voltando e percebi que onde quer que você vá ainda ouve os sons de Jobim e da Bossa Nova.”

Claus Ogerman foi o arranjador de muitos trabalhos da primeira leva do movimento Bossa Nova, tendo gravado com grandes nomes como Tom Jobim, João Gilberto, Frank Sinatra, Stan Getz e Bill Evans. O fato dele ter deixado sua semi-aposentadoria em Munique traduz muito do respeito – e prazer – que tem em trabalhar com Diana Krall.

“Acho que Claus verdadeiramente se apaixonou por ela de primeira”, comenta LiPuma, que os apresentou em 2000. Os arranjos de Ogerman em Quiet Nights adicionam espantoso nível de sofisticação ao clima do disco. O desafio foi encontrar abordagem inovadora e atraente em um território familiar. “Ele enfatizou os acordes menores – ligeiramente mais melancólicos em alguns pontos, como em ‘Quiet Nights’.”

A artista diz que, de uma maneira que satisfaria a mais pura sensibilidade para o jazz, Quiet Nights foi concebido a partir da banda – no sentido de que cada música começasse como uma performance do quarteto, composto pelos parceiros de longa data, o guitarrista Anthony Wilson, o baixista John Clayton e o baterista Jeff Hamilton.

Quiet Nights, resume Diana Krall, além da Bossa Nova e do Brasil, “é minha carta de amor ao meu marido, um íntimo e romântico álbum”.


Berço musical

Aos 43 anos, Diana Krall tem a experiência a seu favor. Nascida em Nanaimo, Canadá, numa família musical – seu pai era um pianista adepto do estilo stride e um dedicado colecionador de discos – cresceu absorvendo a música que guiaria sua evolução musical. Ela frequentou a escola de música Berklee no início dos anos 80 e então mudou-se para Los Angeles, onde continuou os estudos com os baixistas Ray Brown e John Clayton, o baterista Jeff Hamilton e o pianista Jimmy Rowles, que a incentivou a cantar também. Em 1990, Krall voltou a Nova York e começou a se apresentar com um trio e, em 1993, lançou seu disco de estréia com uma pequena gravadora canadense independente.

Quinze anos depois, ela pode olhar para trás e ver uma carreira solidificada: em 1999, contratada pela Verve, sua carreira explodiu quando When I look in your eyes ganhou o GRAMMY® de melhor vocal de jazz e tornou-se o primeiro disco de jazz indicado para Álbum do ano em 25 anos.

Em 2002, The Look of Love foi o disco mais vendido nos EUA e faturou cinco discos de platina no Canadá. Em 2004, The Girl in the Other Room foi seu primeiro trabalho focado em composições próprias (com seis músicas parceria com seu marido Elvis Costello); Christmas Songs, em 2005, foi um dos mais vendidos da temporada; e em 2006, From This Moment On foi um feliz e decisivo sucesso que coincidiu com o nascimento dos seus filhos gêmeos – um acontecimento de afirmação de vida que LiPuma entende que aumentou o continuo crescimento de Diana como musicista. “A maternidade definitivamente tem a ver com ela, tal como o casamento. Eu penso que ela realmente se encontrou.”


Turnê Diana Krall – Quiet Nights

Brasília (DF) – 18 de setembro às 21h00 – Teatro Oi
Rio de Janeiro – 20 de setembro, às 21h00 – Teatro Oi Casa Grande

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