quinta-feira, 30 de setembro de 2010

GRUPO DE TEATRO LUME APRESENTA QUATRO ESPETÁCULOS NO SESC BAURU

Nos dias 30 de setembro, 01 e 02 de outubro, o Grupo de Teatro LUME chega ao SESC Bauru com mais uma edição do projeto Casa LUME. Levando na bagagem os espetáculos “Sopro”, “O Não-Lugar de Agada Tchainik”, “Cravo, Lírio e Rosa”, “Parada de Rua” e a oficina de demonstração técnica “Prisão para a Liberdade”, as apresentações integram um dos mais recentes projetos da unidade, “Repertório”, que tem como principal objetivo mostrar ao público peças representativas de companhias com trabalho de grupo reconhecido e estabelecido durante anos de atuação. Para abrir a seqüência de apresentações, sobe ao palco do Ginásio de Eventos, às 21h, o espetáculo “Sopro”. Dirigida por Tadashi Endo, a peça é permeada por questionamentos que rodeiam a mente do ser humano como: o que seria do ser se prolongasse o momento do sopro de vida? Se ele, nesse momento, reconstruísse todas as ações de sua vida, sem ruídos e sem interferências, sem máculas, somente através do estado puro da existência? De que maneira se relacionaria com o tempo, com o espaço, com as ações, com o sexo, com as emoções? Tadashi Endo explica que a intenção deste trabalho é que pouco a pouco, os expectadores desvendem os mistérios que fazem parte da alma humana. “Por meio de uma experiência sensorial, onde tempo e ação são completamente distintos do cotidiano, a história proporciona ao público a oportunidade de mergulhar no universo do nada e do desconhecido”, completa. No mesmo dia, às 16h, nas Salas de Uso Múltiplo 1 e 2, será realiza a oficina de demonstração técnica “Prisão para a Liberdade”. Nela, o cofundador do grupo teatral Carlos Simioni demonstra sua trajetória durante 25 anos junto ao LUME. Sobre as ações proposta para a atividade, Simioni explica que haverá uma demonstração abordando o treinamento físico, a construção de técnicas de expansão e dilatação do corpo no espaço e no tempo, as técnicas de manipulação de diferentes qualidades de energias e sua distribuição no espaço. Os interessados devem efetuar sua inscrição antecipada na Central de Atendimento. Na sexta, às 15h, no Ginásio de Eventos, é a vez da peça “O Não-lugar de Ágada Tchainik”. Presa entre desastres, onde a sobrevivência é tudo, e cada próximo passo é uma decisão agonizante a ser – ou não ser –, tomada, Ágada Tchainik aparece, convidando o público a segui-la, junto com seus companheiros de estimação, em uma viagem, que como ela mesma diz: “Para lá de emocionante”. Compulsiva, à beira de um ataque de nervos, com sua fala errante, ela torna os expectadores seus grandes parceiros, com quem interage, ora convocando sua ajuda, ora implicando com alguém da platéia, ora provocando, rindo, brigando. Conforme ela caminha por sua própria mente confusa, passeando por assuntos diversos, que vão desde lavar pratos até problemas diplomáticos, o drama de sua alma, ridícula e dolorosamente, se revela. O espetáculo estreou em julho de 2004, dirigido pela canadense Sue Morrison, diretora artística do “Theatre Resource Centre em Toronto”. Às 21h, os palhaços Carolino, interpretado por Carlos Simioni e Teotônio, interpretado por Ricardo Puccetti, apresentam “Cravo, Lírio e Rosa”. Na cena inicial, os dois personagens chegam com suas malas. Dois grandes patetas que como lados de uma mesma moeda, se completam e se opõem, compondo um entrelaçar de situações ridículas e delicadas dentro de um universo de objetos lúdicos e surpreendentes. Com seus jogos e gags, danças e duelos que destilam uma afeição subliminar, esta inseparável dupla toca profundamente o espectador. Construído a partir da interação da clássica dupla de palhaços, “o Branco e o Augusto”, imortalizada pela famosa dupla do cinema “o Gordo e o Magro”, as relações humanas são a matéria prima dessa trajetória. Criado em 1996, foi apresentado em diversas cidades do País, e também na Espanha, Finlândia, Egito, Israel, Bolívia, França, Equador, Estados Unidos, Itália, Nicarágua e Portugal. Para finalizar, no sábado, às 20h, na Área de Convivência, entra em cena um dos trabalhos mais ousados do grupo, “Parada de Rua”. Considerado uma performance cênico-musical em forma de cortejo, este trabalho tem o objetivo de mostrar a teatralização de espaços não-convencionais. A cena é bem típica, enquanto o público aguarda sentado por um teatro convencional, de repente, uma estranha sensação se estabelece quando a “Parada” irrompe o espaço e os músicos-artistas começam a fazer intervenções poéticas, rompendo momentaneamente os automatismos das relações e as convenções do local. Atrás desses personagens está uma procissão de fanáticos, uma banda militar, um grupo de ciganos, ou simplesmente atores-músicos que tocam e cantam melodias tradicionais brasileiras e outras coletadas de diversas culturas do mundo. Estruturada como um alegre ritual, a “Parada de Rua” interage livremente com as pessoas do público, provocando e divertindo ao mesmo tempo. Desde sua estreia, em 1997, foi demonstrado em diversas cidades do Brasil e também em Israel, Egito, Dinamarca, Noruega, Bolívia, Itália, Estados Unidos e México. Sobre o LUMEIdealizado por Luís Otávio Burnier e fundado por ele junto com o ator Carlos Simioni e da musicista Denise Garcia, o LUME é reconhecido como um dos mais importantes centros de pesquisa teatral do Brasil e do mundo. Como núcleo artístico e pedagógico vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), trabalha na elaboração de novas possibilidades expressivas corpóreas e vocais de atuação, redimensionando o teatro enquanto ofício e poética. Desde 1985, o grupo formado por sete atores – Ana Cristina Colla, Carlos Simioni, Jesser de Souza, Naomi Silman, Raquel Scotti Hirson, Renato Ferracini e Ricardo Puccetti – difunde sua arte e metodologia por meio de oficinas, demonstrações de trabalho e projetos de intercâmbio, e constrói espetáculos que quebram as formas convencionais de relação com o público. Ao longo desses 25 anos, o LUME desenvolveu relações especiais de trabalho com importantes mestres da cena artística mundial, entre eles: Iben Nagel Rasmussen (Odin Teatret, Dinamarca), Natsu Nakajima, Anzu Furukawa e Tadashi Endo (Japão), Nani e Leris Colombaioni (Itália), Sue Morrison (Canadá), Kai Bredholt (Odin Teatret, Dinamarca) e Norberto Presta (Argentina). Reconhecido pelo pioneirismo no Brasil em pesquisas sobre o trabalho de ator, o LUME também é referência em reflexão teórica sobre teatro, tendo publicado seis livros, sete revistas, quatro DVDs e realizado traduções de dois importantes livros de Eugenio Barba sobre a arte de ator. Dos 25 espetáculos criados desde sua fundação, o LUME mantém atualmente 14 em seu repertório. Estes trabalhos vêm sendo apresentados pelo Brasil e percorreram 25 países: Argentina, Peru, Equador, Bolívia, Costa Rica, Nicarágua, Coreia do Sul, Grécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Itália, Espanha, Inglaterra, Escócia, França, Bélgica, Alemanha, Polônia, Portugal, Canadá, México, Estados Unidos, Egito e Israel. Contato:Dora LeãoFone: (19) 3289-9869 Serviço:SESC apresenta os espetáculo “Sopro”, “Não-Lugar de Agada Tchainik”, "Cravo, Lírio e Rosa” e “Parada de Rua”, com o grupo LUME, nesta quinta, sexta e sábado, às 21h, 15h, 21h e 20h, respectivamente. Grátis. Retirada de ingresso uma hora antes na Central de Atendimento. O SESC fica na Av. Aureliano Cardia, 6-71. Mais informações pelo telefone (14) 3235-1750 de terça a sexta, das 13h às 21h30, sábado, domingo e feriado das 9h30 às 18h.

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