Revezam-se no palco do SESC Bauru, durante as próximas semanas, violeiros como Ivan Vilela, Paulo Freire, Chico Lobo, Roberto Corrêa e seus convidados especiais, em encontros marcados pelo resgate da beleza da poesia do caipira, que canta em verso e prosa seus amores, sua terra, sua história no ponteio da viola.
Para iniciar as apresentações do fim de semana, sobe ao palco da Área de Convivência, o consagrado violeiro, compositor e pesquisador Paulo Freire com o convidado e seu mestre de viola, Manoel de Oliveira, mais conhecido como Mestre Manelim.
O show acontece neste sábado (12), a partir das 16h, com entrada gratuita.
Por meio dos ponteados ancestrais da viola trazidos da tradição oral que revelam a natureza do sertão, os violeiros mostram ao público as músicas e os causos compartilhados em mais de trinta anos de amizade. Em clima de prosa na roça, interpretam o toque do papagaio e o canto da inhuma; as danças Quatro, Lundu e Caninha Verde; além do famoso pacto com o capeta.Freire aprendeu a tocar viola no sertão do Urucuia, Minas Gerais, depois de ler o livro "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa. “Fui embora para o Urucuia, querendo saber qual era o som desse grande sertão”, explica o músico. Lá, morou dois anos num povoado chamado Porto de Manga, onde conheceu Manoel de Oliveira, seu Manelim, grande violeiro, que passou a ser seu mestre. Juntos, lançaram em 2006 o CD “Urucuia”, que conta com 18 canções que revelam as principais características da música do Sertão.
Dando continuidade a programação musical, no domingo, às 16h, na Área de Convivência, é a vez do violeiro e contador de causos Ivan Vilela acompanhado da rabequeira Paula Ferrão e do contrabaixista Roberto Syllos. Com muitos prêmios na bagagem, 14 CDs lançados e carreira internacional, Vilela apresenta o repertório de seus trabalhos “Paisagens”, “Dez Cordas” e “Do Corpo à Raiz”, este último vencedor do Prêmio Interações Estéticas da Funarte.
Como bem escreveu Zeza Amaral no site músico, “Estou há dias em processo de eterna paixão, abençoado pela viola do amigo brasileiro. Mais do que música, o som que se ouve é uma prece às nossas mais longínquas tradições, não um apelo, mas um agradecimento por nossas almas caipiras.” Compositor, arranjador, intérprete e diretor musical, Ivan Vilela responde hoje pela cadeira de Viola Caipira da USP, além das aulas na universidade também ministra cursos, oficinas e workshops.
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